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sábado, 23 de outubro de 2010

Hospital fica sem o almoço

Os doentes que se encontram internados no Hospital de Clínicas Gaspar Viana, em Belém, ficaram sem almoço no dia de ontem. O motivo seria uma dívida do Governo do Estado com a empresa fornecedora de alimentação para os pacientes. A falta de pagamento, no entanto, foi negada pela direção do hospital. Segundo a Assessoria de Comunicação do Gaspar Viana, os valores devidos foram depositados dentro do prazo e só não tinham caído na conta da empresa por conta dos trâmites bancários.

Surpreendidos com a notícia, os acompanhantes dos pacientes tentaram entrar com comida no hospital, mas foram impedidos. "Existe uma norma que não é só nossa, mas de todos os hospitais, de que os pacientes não podem receber comida vinda de fora", informou o porta voz do Gaspar Viana. Familiares dos doentes, no entanto, condenaram a decisão. "Minha mãe está aí dentro com fome e não podemos levar nada para ela comer. Alguém precisa tomar uma providência, isso não pode ficar assim", reclamou a dona de casa Maria das Dores Oliveira, impedida de entrar por tentar passar com comida na portaria do hospital. "Estou aguardando minha irmã vir lá de dentro para levar a comida de volta para casa", explicou.

Até as 13 horas os pacientes não tinham recebido a segunda refeição do dia. A informação oficial era de que uma funcionária do hospital estaria em um supermercado comprando os ingredientes necessários para o preparo da refeição. A previsão era servir o almoço até às 16 horas. Além dos pacientes, funcionários e acompanhantes dos doentes também recebem a alimentação fornecida pelo hospital. Entre almoço e jantar são em média 900 refeições por dia. Por causa do problema, os funcionários foram liberados para almoçar em casa, mas por causa da distância alguns preferiram recorrer ao famoso PF (prato feito), vendido nas redondezas do próprio hospital.

Segundo a assessoria de comunicação do Gaspar Viana, o hospital deve reclamar na Justiça a postura do proprietário da empresa responsável pelo fornecimento de refeição para a instituição, identificado como Afonso Marçal. A direção do hospital acusa Marçal de ter "agido de má-fé" ao comunicar, no meio da manhã, que não teria como fornecer as refeições para pacientes e funcionários. "É inadmissível que uma empresa que presta esse serviço há anos não tenha dinheiro em caixa para compra de material", afirmou o porta-voz. A empresa e o hospital brigam na Justiça por conta de uma licitação, feita no início do ano, para contratar uma nova fornecedora.

Proprietário fala em "racha político" para a falta de pagamento

Afonso Marçal, proprietário do restaurante Gula’s (o responsável pelo fornecimento das refeições ao hospital), contou a versão dele sobre o conflito. "Estava trabalhando no hospital em julho, quando me pediram uma ajuda (fincanceira) para a campanha do PT. Disse que não, afinal tinha pedido reajuste antes e eles haviam me negado. Eu tava sem dinheiro para botar no hospital", revelou. De acordo com ele, a questão se baseia em um "racha político". "Eles são petistas; não tenho partido quando estou trabalhando no hospital. Por não ter colaborado na campanha, queriam que eu saísse em julho, propositalmente", falou.

Marçal garantiu que o hospital fez uma licitação para contratar outra empresa, que receberia, segundo ele, R$ 12 por refeição, R$ 4 a mais do que o preço cobrado. "Eles contaram a história que quiseram, mas tenho documentos da licitação fraudada; tenho como comprovar que não estou mentindo", declarou. Segundo Afonso, o Hospital das Clínicas deve a ele cerca de R$ 200 mil, correspondente ao pagamento atrasado do último mês de fornecimento. Ele informou também que o restaurante continua como o responsável pela alimentação do hospital até janeiro de 2011, graças a uma liminar judicial. "O juiz suspendeu a licitação e essa é a raiva deles", disse. (No Amazônia)

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