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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Violência dispara no Pará

A violência não para de crescer na Região Metropolitana de Belém. Segundo o "Mapa da Violência 2011", divulgado ontem pelo Ministério da Justiça, o número de homicídios na região cresceu 189,3% em dez anos. O levantamento revela que, entre 1998 e 2008, o número total de assassinatos saltou de 403 para 1.166, o que representa mais de 97 homicídios por mês. Entre as vítimas, 287 tinham idade entre 15 e 24 anos. A evolução de casos é a terceira maior do País, atrás somente das regiões metropolitanas de Salvador (435,1%) e de Curitiba (197,7%).

Os dados apontam uma taxa de 47 homicídios para cada 100 mil habitantes na capital paraense. Em 1998, essa taxa era de 29,1 para cada 100 mil. Nesse indicador, Belém ocupa a sétima posição - nove posições acima da marca indicada no início da pesquisa. Como comparativo, a taxa nacional de homicídios apontou 20,1 homicídios para cada 100 mil habitantes. Os índices de Belém são mais que o dobro das taxas de países como Cazaquistão (23,6/100 mil), Ucrânia (20,8/100 mil) e Guiana (20,5/100 mil), por exemplo.

As taxas de Belém implicam no rendimento geral do Estado. Pelo "Mapa da Violência 2011", o Pará é o quarto Estado mais violento do País. O Estado deu um salto nesse quesito. No início da década, a posição paraense era o 19º lugar. Saiu da taxa de homicídios de 13,3 para 39,2 a cada 100 mil habitantes. É o maior índice da região Norte, mas o Amapá aparece em seguida, na quinta posição (34,4/100 mil). A maior proporção de assassinatos é em Alagoas, onde são 60,3 homicídios a cada grupo de 100 mil habitantes. Depois aparecem Espírito Santo e Pernambuco, com as médias de 56,4 e 50,7, respectivamente.

Entre os jovens os números são ainda mais preocupantes. Na quarta posição, o Pará tem uma taxa de 77,2 homicídios em cada grupo de 100 mil jovens entre 15 e 24 anos. Em Belém, a estatística é ainda maior: 105,9/100 mil habitantes. O estudo define ainda o perfil desses jovens vítimas da violência. São quase sempre negros e do sexo masculino. Dos 830 óbitos registrados em 2008 em todo o Estado do Pará, de jovens nessa faixa etária, 95,9% eram homens e apenas 13,4% eram brancos.

Os resultados paraenses indicam também uma redução de 4,4 no número de casos de suicídio. Os índices do Estado nesse item aparecem entre os mais baixos do País. A taxa para cada 100 mil habitantes no Estado foi de 3,1%. Entre a população até os 24 anos de idade a redução foi ainda maior: 11,3%. No geral, o Pará só aparece na 24º posição e na 17ª entre os jovens.

O levantamento aponta Itupiranga (PA) como a cidade (com até 10 mil habitantes ou mais) mais violenta do País. A taxa de homicídios no município é de 160,6 a cada grupo de 100 mil habitantes. Marabá aparece em quarto com a marca de 125/100 mil habitantes. No total, 17 municípios do Estado aparecem entre os 100 desse ranking.

Considerando apenas a população jovem, Marabá é a mais violenta do Estado e novamente a quarta do País. A possibilidade de ser assassinato no município é de 221,5 a cada 100 mil habitantes. Em Ananindeua essa estatística é bem próxima: 199,5. No geral, nove cidades do Estado aparecem nesse rol.

Secretário de Segurança diz que índices de violência estão caindo

Discussões sobre a violência na Região Metropolitana de Belém (RMB) tomaram conta da pauta na Câmara dos Vereadores, durante a sessão especial proposta pelo vereador Nadir Neves (PTB), ontem. Representantes da cúpula das polícias Civil e Militar, o secretário de Estado de Segurança Pública Luiz Rocha, o delegado geral Nilton Atayde, além de membros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) estiveram presentes. Entre os números apresentados para demonstrar as ações executadas para combater a criminalidade no Estado, está a prisão de 279 pessoas ligadas ao tráfico de drogas, entre os dias 7 de janeiro a 22 de fevereiro de 2011.

O delegado geral da Polícia Civil apresentou ainda outros dados acerca do trabalho desenvolvido para combater o tráfico de drogas. "Conseguimos também apreender 31 quilos de cocaína, 15 pacotes de pasta, 2.909 petecas, 278 trouxas de maconha e podemos citar ainda, mais recentemente, a prisão de 13 pessoas de uma quadrilha especializada em fraudar cartões de bancos. Foram dois meses de trabalho feito pela inteligência da polícia até se efetuar essas prisões", enumerou Atayde.

Titular da Secretária de Segurança Pública, Luiz Rocha informou que vem sendo feito um trabalho integrado entre as polícias para combater a violência na RMB, incluindo a região das ilhas. "Foram compradas agora dez lanchas que serão usadas no combate à violência na região das ilhas. Elas vão se somar às ações que vem sendo feitas", disse.

O secretário garantiu ainda que os índices de violência estão caindo. "Em janeiro conseguimos reduzir em até 50% (esses índices), a expectativa é que se consiga diminuir ainda mais esses números", informou. Rocha ressaltou que estão sendo investidos recursos principalmente nas ações de combate e prevenção da criminalidade. "Essa sessão é salutar para que possamos juntos avaliar as atuais políticas públicas e futuras estratégias de ação para impedir o avanço da violência em Belém", avaliou.

Representante da OAB, Ivanilda Pontes disse que o órgão vai continuar cobrando uma mudança de postura que resulte num trabalho efetivo de combate à violência por parte do Sistema de Segurança Pública do Estado. "A Polícia Civil já deu um passo muito importante para isso durante o último concurso público para preenchimento de efetivo ao exigir profissionais de nível superior. Espero que a Polícia Militar também faça essa exigência em seu próximo edital. Não podemos mais aceitar efetivos com ensino fundamental, porque é pela renovação da mente que se muda as coisas", completou. (No Amazônia)


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