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sábado, 26 de março de 2011

Poetando

À Espera de um Poema

Esperei dias e noites pelo Poema

Esperei por Ele no poente

Ele vinha e acenava

Depois

Escapava no fio do horizonte

Para acenar de novo no nascente

Esperei dias e noites pelo Poema

Por vezes

Sentado na areia

Senti seu cheiro na veia do vento

No abrigo

Senti que chegava

Escutando a chuva caindo

Cantando no borro da telha

Noutras

Ouvi seu canto na concha que guardava o mar

Ouvi seu rosnar no salto do gato no oco do ar

Esperei dias e noites pelo Poema

Pensei tê-lo visto sorrindo nas mãos pequenas de uma criança

Que corria atrás de uma borboleta

Pensei tê-lo visto chorando nas mãos de pedra de um lavrador

Que semeava a terra trincada agonizando de sede

Esperei dias e noites pelo Poema

Procurei por ele em terras e várzeas

Procurei por ele na solidão do mar

Procurei por ele no silencio do céu

Procurei por ele em todas as estações

Procurei por ele nos quatro cardeais

Mas

Ele estava lá

Quieto!

No negro espelho d’água do Poço de Pedra

Ele estava lá

Guardando tudo o que eu vi e o que eu não vi

Na eternidade.

(Wanda Monteiro)

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