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sábado, 21 de abril de 2012

Fotografia é história: Marabá, 1975 (Por Orlando Brito)


Na década de 1970, com a construção da Transmazônica, milhares de brasileiros migravam para a região Norte do país. Buscavam trabalho e o sonho de tornarem-se proprietários rurais, beneficiando-se das terras destinadas pelo projeto de ocupação da Amazônia. Recebiam lotes rurais e tinham de morar nas agrovilas ao longo da rodovia ou nas estradas vicinais. Nem todos, porém, obtinham sucesso como agricultor. A grande maioria não se adaptou às condições de vida na floresta. A solução mais imediata era buscar outra forma de vida nos pequenos centros urbanos.
Como foiO governo, através do Incra – Instituto de Colonização e Reforma Agrária, incentivava a ida daquelas pessoas e as colocava nos lotes predeterminados dentro dos padrões do plano de assentamento. Tinham que enquadrar-se no formato idealizado para o projeto. Havia um padrão e as famílias que chegavam tinham adaptar-se a ele. Algo pouco parecido com heterogeneidade, com espírito e a maneira de ser daquela massa de migrantes de variados estados, com costumes e culturas diferentes. Via-se que seguir rigorosamente as regras predeterminadas não funcionava tal e qual a previsão. Naquela época, os presidentes do Brasil viajavam praticamente a cada trinta dias para o Pará ou Amazonas. A ocupação da Amazônica era o grande projeto dos governos da Revolução. Eu trabalhava n’O Globo e cobria a Presidência. Portanto, assim como os colegas dos outros jornais, estava sempre por lá. É sempre muito interessante perceber os vários lados que um acontecimento oferece. Percebia-se com facilidade o processo de troca da atividade agrícola pela comercial. Viam-se glebas abandonadas ao longo da rodovia e a proliferação de lojinhas e armazéns como esse da foto em Marabá. Curioso hoje reparar como uma fotografia dá referências sutis daquela babilônia de forasteiros. Tipos raciais variados e os produtos postos à venda. Somente artigos de utilidade prática. Malas, latas, canos, baldes, colchões, torneiras. Nada que fosse supérfluo.

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