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quinta-feira, 27 de junho de 2013

Médicos preparam greve

O presidente do Sindicato dos Médicos (Sindmepa), João Gouveia, informou ontem que a categoria se reunirá hoje, às 19 horas, no Conselho Regional de Medicina (CRM) para deliberar sobre uma proposta de greve, motivada pelo corte linear de R$ 1 mil em gratificações pagas à categoria.

"A gente tem informações de que isso já começou a acontecer nos contras-cheques deste mês. Isso já havia ocorrido há seis meses, mas na época a secretária de administração, Alice Viana, informou que houve um equívoco, mas agora aconteceu de novo. Vamos nos reunir em assembleia para decidir o que fazer", afirmou Gouveia, durante audiência na Assembleia Legislativa do Pará para tratar das mortes de 35 bebês na Santa Casa de Misericórdia, em Belém, durante o mês de junho.

Gouveia classificou o caso como "mortes anunciadas", contestando a informação dada na mesma reunião, pelo secretário estadual de Saúde, Hélio Franco, para quem os óbitos foram provocados por falta de pré-natal adequado às mães que superlotam a maternidade estadual e não por infecção hospitalar.

Gouveia informou que o Sindmepa procurou a direção da Sespa em maio para alertar para a superlotação na Santa Casa e não foi recebido. "É esta situação dramática que estávamos tentando evitar. Não estamos aqui para discutir se foi ou não infecção hospitalar. Não se pode achar natural tantas mortes, estamos aqui para salvar vidas", afirmou Gouveia, estendendo as críticas à comissão do Ministério da Saúde que vistoriou o hospital. "O técnico foi tão patético que quase chega a dizer que as crianças se suicidaram", ironizou.

O secretário confirmou os cortes nas gratificações. "O sindicato não tem nenhuma preocupação com esta situação, eles querem é ganhar dinheiro. O sindicato, não os médicos. Muitos médicos da Santa Casa não cumprem a jornada normal, fazem só 72 horas por mês e mesmo assim vão fazer greve porque nós vamos tirar alguns quantitativos destes salários", confirmou.

Secretário nega que mortes sejam resultado de negligência
Sobre as mortes, o secretário disponibilizou aos parlamentares relatório para assegurar que não houve negligência. "Não é falta de pessoal, nem de competência deles, não falta medicamentos e a esterilização é perfeita. Agora, existem situações inviáveis por mais que você faça de tudo", informou o secretário, lembrando que das 3 mil mulheres atendidas pela Santa Casa, apenas 900 estão internadas. "As outras são intercorrências que poderiam ser resolvidas nos postos dos municípios se tivesse o devido acompanhamento", afirmou.

A presidente da Santa Casa, Eunice Begot, disse que 60% das mães que perderam bebês vieram do interior e 81% deles eram prematuros. Mais da metade (52%) pesava de 500g até 1,5 kg e a maioria das mães não fez seis consultas de pré-natal (22% delas não fizeram nenhuma consulta), procedimento essencial para identificar e tratar doenças congênitas, como a sífilis, comum em boa parte dos casos. Apenas cinco das mortes foram causadas por infecção decorrente de doenças não tratadas na gestação. "Mas todos por genes diferentes, o que não caracteriza um surto", afirmou.

Um dos grandes problemas enfrentados pela instituição é a regulação. "Ninguém avisa que vai chegar", afirmou a médica, ressaltando que as UTIs da Santa Casa têm taxa de ocupação de 97%, quando deveriam ficar em não mais que 80%. "Não podemos negar atendimento. O governo aumentou a equipe, ampliou em 20 leitos no Hospital Jean Bitar, mais 20 leitos de UCIs no corredor principal da Santa Casa, contratamos mais de 200 pessoas da equipe medica, além de investimentos em educação continuada", afirmou.  (Jornal Amazônia)

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