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sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Revista dos 50 anos da Rádio Rural de Santarém


Dia 17 foi lançada, em Santarém, uma revista alusiva aos 50 anos da Rádio Rural, completados no corrente ano. A pedido do meu amigo e jornalista Manuel Dutra, escrevi um artigo (leia abaixo) contando alguns fatos referentes ao tempo em que atuei como locutor e apresentador de programas na referida emissora. 
MINHA ESCOLA, MINHA PAIXÃO!
Por Ercio Bemerguy
O COMEÇO
Lembro-me muito bem... Em fevereiro de 1965, estimulado pelo saudoso amigo e mestre Osmar Simões, fui fazer um teste para preencher uma vaga no quadro de locutores da Rádio Educadora de Santarém (hoje, Rádio Rural). Eram dez concorrentes e, após o julgamento do desempenho de cada um na leitura de textos comerciais e improvisação de um comentário obedecendo ao tema fornecido na hora, por Osmar, fui classificado em primeiro lugar, sendo logo escalado para apresentar, diariamente, o "Correspondente E-29", programa destinado a transmitir mensagens aos habitantes das localidades do interior do município de Santarém e cidades circunvizinhas.

No estúdio instalado no pequeno prédio localizado no bairro Carananzal, ainda muito nervoso e emocionado eu anunciava, por exemplo: "Alô, alô, Agapito Figueira, em Arapixuna! Sua esposa avisa que chegou bem e está com muita saudade do Oswaldinho (o competente profissional apresentador de programas em emissora de rádio FM e na televisão de Santarém). Quem ouviu esta mensagem favor transmiti-la ao destinatário".

A TRAJETÓRIA
Sempre desfrutando da confiança e da generosidade dos gerentes (Antônio Pereira, Francisca Carvalho, Haroldo Sena, Anadir Brito, Frei Juvenal e Manuel Dutra) e demais dirigentes da emissora, passei a apresentar programas de variedades por mim produzidos, sendo o primeiro deles o "Clube das Fãs" e, posteriormente, o "Desperta Amazônia" e o "EB Faz o Sucesso". Além destes, fazendo parceria com Osmar Simões, apresentei o "Domingo Após a Missa", primeiro programa de auditório da nossa querida rádio, na Casa Cristo Rei, das 9 às 12h, ou seja, após a missa das 8h celebrada na Catedral de Nossa Senhora da Conceição. Tempos depois, o nome foi mudado para "E-29 Show", e passou a ser apresentado aos domingos, das 20 às 22h no mesmo local, com transmissão ´ao vivo` pela Rádio Rural.

No "EB faz o Sucesso" ou em transmissões externas, como repórter, tive a grata satisfação de entrevistar muitas personalidades importantes: governadores do Pará (Jarbas Passarinho, Fernando Guilhon, Aloisio Chaves e Jader Barbalho), presidente da República (Emílio Garrastazu Médici), artistas (Jerry Adriani, Wanderley Cardoso, Agnaldo Timoteo, Reginaldo Rossi, Jamelão e outros), jogadores de futebol (Garrincha, Pelé e Zico), religiosos (arcebispo Dom Alberto Ramos, bispos Dom Tiago e Dom Tadeu), prefeitos de Santarém (Paulo Lisboa, Ubaldo Correa, Ronan Liberal, Everaldo Martins, Antônio Guerreiro Guimarães, Jerônimo Diniz, Elinaldo Barbosa dos Santos e Ronaldo Campos).

O E-29 SHOW
Desembaraço, inteligência, disposição, humildade e carisma, foram as qualidades que fizeram do Edinaldo Mota, desde o início de sua carreira como radialista, um autêntico ídolo, sempre sendo alvo da admiração, do respeito, da simpatia e do carinho por parte de seus ouvintes. Por tudo isso, e muito mais, foi por mim convidado e prontamente aceitou ser o meu parceiro, o “animador” do “E-29 Show”. Na sua estréia, como é natural acontecer, ao enfrentar o grande público, mostrou-se nervoso (ele afirma que foi até vaiado), mas, logo, logo, reverteu a situação e demonstrou ser a pessoa certa para fazer a galera vibrar com o seu senso de humor admirável. Foi uma época marcante na história do rádio santareno, surgindo e sendo revelados através do nosso programa, inúmeros intérpretes, compositores, instrumentistas e grupos musicais, com muito sucesso. Entre eles e elas, Shirley Lima, Ray Brito, Fátima Oliveira, Leneide Bastos, Conceição Rebelo, Luiz de Assis, Antônio Wanghon e Teddy Max.

A atração que aglutinou maior número de espectadores do E-29 Show foi o “Festival Estudantil” em suas 5 etapas e cujos jurados eram Expedito Toscano, Machadinho, Wilson Fonseca e Emir Bemerguy. Os vencedores foram: Vera Silva (Melhor Cantora), Antônio Wanghon (Melhor Cantor) e Bianor Lima (Revelação).

Por ser um grande sucesso de público, de renda e de audiência, o “E-29 Show” foi inovando, inclusive contratando artistas de renome do cenário artístico nacional, mas, quando isto acontecia, as apresentações eram feitas em um palco armado no gramado do Estádio Municipal Elinaldo Barbosa, com o público acomodado nas arquibancadas. Jerry Adriani, José Roberto, o palhaço Carequinha, Waldick Soriano, Jamelão, Wanderley Cardoso, Agnaldo Timoteo, Teixeirinha, Trio Nordestino e Lindomar Castilho, em suas apresentações, atraíram número expressivo de espectadores.

DESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO
Durante os seus 50 anos de fecunda existência, a Rádio Rural sempre desfrutou de grande audiência e, sobretudo, da credibilidade de seus ouvintes. Sempre foi e continua sendo, um respeitado veículo da informação atualizada, da mensagem evangélica que conforta, da música que enleva, do esporte que emociona. E mais: através da palavra dos competentes e corajosos profissionais que fizeram ontem ou que fazem hoje o uso de seus microfones, a Rádio Rural tornou-se porta-voz da população santarena que reclama, que pede providências, que sugere soluções para que possa viver melhor.

Do passado, merecem destaque os programas “Poemas e Canções”, apresentado pelos saudosos Emir Bemerguy e Osmar Simões; “Show da Tarde”, de Santino Soares; “A Tribuna Popular” e “O Assunto é Este”, do Osmar Simões; “Nossa Serenata”, de Eriberto Santos; “Trenzinho do Sucesso”, do Edinaldo Mota e os esportivos, cuja equipe era ´nota 10`: Dario Tavares, Tadeu Matos, Claudio Serique, Oti Santos, Guarany Júnior, Abib Bechara, Luiz Carlos Botelho, Jota Parente, Bena Santana, Miracildo Correa e muitos outros talentosos narradores, comentaristas e repórteres, todos comandados por Osmar Simões.

Eu guardo na memória, com muito carinho, os nomes dos ótimos locutores (Sinval Ferreira, Natalino Souza, Eduardo Ferreira, Leal de Souza, Gervasio Bandeira, Eulálio Belizário, Tony Reis e Walter Pinheiro, entre outros); dos ´controlistas de som` (Cesário Torres, irmãos Tadeu e Erasmo Maia, João Brito, Jubal Cabral, Silvério Rodrigues, Juredir Braga, Evadir Cardoso e Wilton Dolzanes); do pessoal do escritório (Getulio Sarmento e Conceição Castro), da discotecária (Maria dos Remédios); do pessoal da assistência técnica (Frei Nestor, Frei Roberto, Rostand Malheiros, Djalma Serique e Fernando Guarany), enfim, de todos os colegas com os quais tive a felicidade de trabalhar e conviver em clima de fraterna amizade e, acima de tudo, de entusiasmo e de dedicação para fazermos, juntos, a grandeza da nossa emissora que sempre foi e será o "xodó do povo".

COPA DO MUNDO DE 70
Já que estamos em clima de Copa do Mundo, destaco aqui um fato interessante: na Copa de 70, os santarenos dispunham de uma única opção para acompanhar os jogos: ouviam as rádios - Rural ou Clube (ZYR-9) - que retransmitiam o som da Rádio Globo, captado com a utilização de potentes aparelhos receptores de 6 faixas que, apesar do som que não era de boa qualidade, com muita ´chiadeira` em alguns momentos, o público-ouvinte acompanhava atentamente e com muita emoção, o relato das geniais jogadas dos craques da seleção brasileira: Pelé, Rivelino, Jairzinho, Clodoaldo, Gerson e demais ´canarinhos`, que naquele ano conquistaram o tricampeonato.

O estúdio da Rádio Rural era na travessa dos Mártires, em frente à Casa Cristo Rei. Ao lado do prédio havia uma grande área e, ali, debaixo de uma frondosa mangueira, nos dias de jogos na nossa seleção, era estacionado o famoso jeep do Otávio Pereira (Serviço de Propaganda Volante Guarany), com possantes alto-falantes que retransmitiam o som da Rural. Vendedores de bebidas ´bamburravam` no faturamento, vendendo muitas ´geladas` às centenas de pessoas que se juntavam naquele local em clima de muita euforia, muita festa.

Certamente, se dispuséssemos naquela época dos recursos tecnológicos de hoje, naquele aprazível espaço assistiríamos todos os jogos em grandes telões, ao vivo, pela televisão. Faltava isso, é verdade, mas não faltava a empolgação, o entusiasmo, para torcermos juntos pelo Brasil.

MINHA ESCOLA, MINHA PAIXÃO!
Ao longo desses seus 50 anos, a Rádio Rural prosperou bastante. Transformou-se numa emissora moderna, operando com o que existe de melhor em termos de recursos tecnológicos e humanos, produzindo excelente programação. Para isso, conta com profissionais altamente qualificados, em sua maioria gente nascida na Pérola do Tapajós, prova de valorização dos talentos locais. E, da minha parte, tenho o privilégio de dizer como o poeta: “meninos, eu vi”... como tudo isso começou, e sinto saudade do convívio diário e fraterno com os meus colegas de trabalho, pois atuávamos à base de colaboração mútua, transpondo todas as dificuldades na mais perfeita sintonia do sentir, do pensar e do querer fazer sempre o melhor, superando até mesmo as nossas próprias limitações. Valeu! Parabéns, Rádio Rural, minha escola, minha paixão!

Finalizo estas ´mal traçadas linhas` com este versinho que uma ouvinte enviou, em 1967, ao meu programa “EB Faz o Sucesso”, por ocasião dos festejos do 3°aniversário da nossa querida rádio:
Parabéns! ´Família Rural`
Gente boa, gente competente, gente capaz
Gente amiga, gente trabalhadora, gente leal
Colocando amor no que fez e no que faz

Um comentário:

  1. parabens à Radio Rural, com inúmeros funcionarios competentes e que muito nos alegraram ao longo de anos e anos de grandes realizações. Ercio, seu programa de auditório era 10, inesquecível. Parece que foi ontem pois me lembro de todos os detalhes, do seu fã-clube, das cantoras e cantores, enfim, a gente nem sentia tanta falta de TV pois a Radio Rural nos bastava. Lembro de que os amigos não perdiam um so programa do seu auditorio. Amigo, voce fica na Historia de Santarem, assim como Emir, papai, Machadinho, Moacir, Wanghon, Leneides e Shirles, Conceição, enfim, tenho certeza de que na memória das pessoas "daquela época" jamais se apagará tempo tão feliz. um abraço com açucar e com afeto, como a música. Regina Silva, santarena

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