"A maneira com que o ministro das Relações Exteriores do Brasil subitamente informou ao embaixador designado sobre o adiamento da entrega de suas credenciais, quando o embaixador já estava no palácio presidencial, é inaceitável para o governo da Indonésia", diz um comunicado do governo indonésio. A nota afirma ainda que a Indonésia é um Estado soberano, com um "sistema judiciário independente e imparcial, e nenhum país estrangeiro pode interferir na aplicação das suas leis dentro da sua jurisdição, incluindo a aplicação das leis que tratam do tráfico de drogas".
Ryianto, que está no Brasil desde novembro do ano passado, era o primeiro da lista de seis embaixadores que apresentariam suas credenciais nesta sexta-feira. Ao conferir a lista, no entanto, a presidente Dilma Rousseff decidiu não recebê-lo. O embaixador já estava no Palácio do Planalto quando foi informado pelo chanceler Mauro Vieira de que suas credenciais não seriam recebidas.
"Nós achamos importante que haja uma evolução na situação para que se tenha clareza sobre em que condições estão as relações da Indonésia com o Brasil. O que nós fizemos foi atrasar um pouco o recebimento das credenciais. Nada mais do que isso", afirmou a presidente Dilma ao final da cerimônia em que recebeu outros cinco embaixadores. Esse é o segundo gesto diplomático duro do governo brasileiro em relação à Indonésia. Há um mês, quando outro brasileiro preso no país, Marcos Archer, foi fuzilado, o país retirou seu embaixador em Jacarta por cerca de 10 dias. Não receber as credenciais, no entanto, não é algo comum e não há precedentes recentes no Itamaraty.
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