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segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Preferências nacionais

Por Nelson Motta 
O futebol, a música e a política sempre andam juntos no Brasil. Como preferências da nacionalidade e da identidade cultural, se integram e se complementam para expressar o momento do país.

A conquista da Copa de 1958 não só nos livrou do complexo de vira-latas rodrigueano como deu solidez política ao otimismo visionário de JK, enquanto o samba-canção melancólico dava lugar à bossa nova leve, elegante e moderna.

Nos anos Collor, uma das piores seleções de todos os tempos foi eliminada nas oitavas justamente pela Argentina, vivíamos o confisco do Plano Collor, a inflação explodindo e o domínio absoluto do sertanejo mais vulgar. Deu no que deu.

Em 1970, a melhor seleção de todos os tempos foi tricampeã no México, o governo Médici era campeão de repressão e tirania, mas a economia bombava, e a MPB de Chico, Gil e Caetano vivia momentos de glória e fazia história.

A seleção de 1982, de Zico, Sócrates e Falcão, uma das melhores de todos os tempos, representou a vibração da campanha das Diretas Já e os estertores da ditadura, enquanto o rock explodia no Brasil com Lulu Santos, Lobão, Blitz e Paralamas. Assim como a campanha das Diretas, a seleção empolgou e fez bonito, mas acabou derrotada.

A vitória em 2002, com o espetacular time de Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho, celebrava a passagem de Fernando Henrique para Lula em paz e democracia, movida a esperança de novas conquistas, com o samba vivendo grande momento e nossos ritmos se misturando à eletrônica e ganhando o mundo.

O 7 x 1 na “Copa das Copas” já prenunciava um ano turbulento para o governo Dilma, com o ambiente político degradado por uma campanha selvagem e um estelionato eleitoral que derrubou a popularidade e a credibilidade da presidente. Enquanto o furacão da Lava-Jato devastava o mundo político, a música brasileira vivia um dos piores anos da sua história.

O que está pior hoje? O campeonato brasileiro, a CBF ou a seleção de Dunga? O governo Dilma, a Câmara de Cunha ou o Senado de Renan? O pagode romântico, o sertanejo universitário ou o funk popozudo?

Desejar um feliz ano novo pode parecer ironia, mas é sincero.

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