O filme "Aquarius", de Kleber Mendonça Filho, estreou no Festival de Gramado na noite de ontem (26) sob estrondosos gritos de "Fora, Temer" vindos do público, e terminou ovacionado. O ministro da Cultura do governo interino, Marcelo Calero se derramou em elogios ao filme. "Gostei muito", disse à Folha. "Para começar, porque a Sonia Braga fez um excelente trabalho. E Kleber Mendonça Filho demonstrou grande sensibilidade. O filme é um grande exemplo da qualidade do cinema brasileiro."
Calero, que estava presente no começo da sessão, foi vaiado e ouviu do público gritos de "golpista" assim que as luzes se apagaram para o começo da cerimônia. Também ouviu: "Calero pelego" e "manda nudes".
O ministro não quis comentar nem as vaias nem a classificação indicativa de impróprio para menores de 18 anos que "Aquarius" recebeu do Ministério da Justiça;
Calero, que estava presente no começo da sessão, foi vaiado e ouviu do público gritos de "golpista" assim que as luzes se apagaram para o começo da cerimônia. Também ouviu: "Calero pelego" e "manda nudes".
O ministro não quis comentar nem as vaias nem a classificação indicativa de impróprio para menores de 18 anos que "Aquarius" recebeu do Ministério da Justiça;
'FILME CARREGADO DE ENERGIA'
O filme fez sua estreia mundial em maio, na competição principal do Festival de Cannes. E ganhou repercussão pelo protesto anti-impeachment realizado pela equipe do longa.
Quando a equipe do filme entrou na sala, em Gramado, o público se levantou e aplaudiu de pé. Petrucelli ficou sentado e só levantou quando entrou Sonia Braga, protagonista do filme e homenageada da edição.
A atriz recebeu da mostra gaúcha o prêmio honorário Oscarito. Ao subir ao palco, antes do longa começar, ouviu homenagens gravadas em vídeo pelo diretor Cacá Diegues, a atriz Renata Sorrah e o cantor Caetano Veloso.
O troféu foi entregue por Bruno Barreto, que a dirigiu em seu maior sucesso comercial, o filme "Dona Flor e seus Dois Maridos" (1976).
Barreto brincou: "Sonia, se eu e Kleber fôssemos seus dois maridos, quem seria o Vadinho?", indagou, referindo-se ao personagem malandro da trama criada por Jorge Amado. A atriz respondeu que os dois são um pouco Vadinho.
Em seguida, subiu ao palco parte da equipe de "Aquarius", para apresentar o longa. "É um filme sobre ter uma opinião e defendê-la, dentro de uma democracia", disse Kleber. "O filme vem carregado de muita energia, inclusive política."
Assim que a sala voltou a ficar no escuro para que o filme iniciasse, os gritos de "Fora, Temer" recomeçaram.
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