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terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Temer quis cessar desgaste e aumentou poder de fogo de Janot

Janot e Temer
O presidente Michel Temer tinha três objetivos básicos ao anunciar, ontem (13), que ministros denunciados pela Operação Lava Jato serão afastados e,se tornados réus, exonerados.

Primeiro, dar cabo das teses de que se tornou o inimigo número um da maior e mais famosa apuração de combate à corrupção da história do país. Depois, dar um sinal ao STF (Supremo Tribunal Federal) de que não atua para blindar os seus.

A mensagem ao Supremo chega no momento em que a Corte se debruça sobre a nomeação do braço-direito de Temer, Moreira Franco, para uma estrutura com status ministerial. Com a fala, o presidente esperava abrir caminho para uma decisão favorável à permanência do aliado no primeiro escalão.

Por fim, Temer quis estabelecer uma linha de corte própria, avisando aos auxiliares que citações em delações ou abertura de inquéritos não serão suficientes para mobilizar uma reação imediata do governo, como afastamento ou demissão.

Faz sentido.
O presidente sabe que ele próprio e parte substantiva de seus assessores estão na delação da Odebrecht, por exemplo.

O que ele parece não ter calculado é que, ao dar publicidade ao critério, entregou um canhão carregado, virado para a Esplanada dos Ministérios, nas mãos do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o responsável por denunciar agentes públicos com foro no STF.

Temer pode ter avaliado que, em três anos de Lava Jato, Janot denunciou pouco mais de uma dezena de políticos ao Supremo. Na primeira instância, a última atualização apontava a acusação de 259 pessoas.

Ainda assim, o pronunciamento alarmou quadros alinhados ao presidente. Um de seus principais interlocutores no Congresso avaliou que, com o gesto, ele não só abriu espaço para mais interferências do Judiciário na política como também abriu mão de parte de suas prerrogativas.

Temer falou movido por um profundo incômodo com a acusação de que está arquitetando, junto com deputados e senadores, para pôr freio à Lava Jato.

Um aliado de dentro do Planalto tentou justificar. Disse que política "tem uma base racional e uma emocional" e, "às vezes, uma delas se sobrepõe". Mas a ala que ficou em sobressalto deu de ombros. Para ela, a essa altura, só resta saber se o presidente não acabou colocando a cabeça de todos os seus auxiliares dentro da forca. (Folha de SP)
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