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quinta-feira, 14 de setembro de 2017

No segundo embate, um Lula bem nervoso foi mais réu que candidato

Quatro meses atrás, Luiz Inácio Lula da Silva permeou seu primeiro encontro com Sergio Moro de ironias e com um firme propósito de estabelecer um discurso para a militância do PT. Ontem (13), o que se viu em Curitiba foi o petista acuado e agressivo, obrigado a falar sobre o objeto da ação que responde e tolhido em suas manifestações mais politizadas.

Se isso deveria ser a normalidade num processo judicial, a realidade aguda da crise política brasileira tornou o episódio uma exceção. De lá para cá, Lula se manteve à frente de pesquisas de intenção de voto para a Presidência em 2018, mas foi condenado pelo mesmo Moro e agora sua elegibilidade depende de uma improvável reversão total da sentença pelo Tribunal Regional Federal de Porto Alegre.

A expressão corporal de Lula mudou. Se demonstrava algum nervosismo e ansiedade no depoimento de maio, agora ficou perto de explodir verbalmente em vários momentos. Foi notável seu embate com a representante do Ministério Público, que acabou mal para Lula: num dado momento, ele a chama de "querida" e é repreendido por Moro, que exige o "doutora" ou "senhora procuradora".

Em outro ponto, Lula sugere que ela não está "prestando atenção". Não estivesse a agenda feminista mais militante alinhada à esquerda no país, as críticas em rede social seriam inevitáveis.

Lula só conseguiu sair um pouco das cordas nas curtas considerações finais, quando acusou o Judiciário de "estar refém da imprensa". Mas quando tentou engatar uma crítica ao processo de revisão da delação da JBS citando o procurador-geral Rodrigo Janot, foi impedido por Moro. "Não tem nada a ver com Brasília, com o doutor Janot", respondeu o juiz, delimitando os espaços e claramente ciente do momento de fragilidade da Operação Lava Jato.

Moro também foi frio quando respondeu à provocação final de Lula, que perguntou se ele poderia ser descrito como "juiz imparcial" . "Primeiro, não cabe ao senhor fazer esse tipo de pergunta para mim, mas de todo modo, sim", disse, recusando-se a discutir sua sentença condenatória no caso do tríplex do Guarujá. Em resumo, se o anticlimático embate de maio acabou com Lula com discurso de candidato pronto, o de setembro assistiu a um réu sob pressão. (Folha de SP)

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