Fale com este blog

E-mail: ercio.remista@hotmail.com
Celular/watsap: (91) 989174477
Para ler postagens mais antigas, escolha e clique em um dos marcadores relacionados ao lado direito desta página. Exemplo: clique em Santarém e aparecerão todas as postagens referentes à terra querida. Para fazer comentários, eis o modo mais fácil: no rodapé da postagem clique em "comentários". Na caixinha "Comentar como" escolha uma das opções. Escreva o seu comentário e clique em "Postar comentário".

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

A vida em Santarém era assim...

Atendendo ao pedido de um santareno que mora em São Paulo, volto a publicar este texto que escrevi sobre a Santarém de outrora - mais fraterna, com menos violência e o seu povo feliz.
 Jogos no Elinaldo Barbosa
Por Ercio Bemerguy.
É uma pena! A praga das drogas, hoje, atinge pessoas de todas as idades, de ambos os sexos e de todas as camadas sociais, com predominância no meio da juventude, nas escolas, nas universidades, nas baladas, enfim, em toda parte. Mas, não era assim... Prova disso é que a molecada, a rapaziada, os adultos do meu tempo, em Santarém, não davam valor, não eram usuários e até desconheciam os tipos de drogas e seus efeitos maléficos.

A garotada gostava mesmo era de empinar papagaios, de jogar “peladas” nos quintais, nas praias ou no meio da rua, disputar jogos de botão, de peteca, e fazer rodar piões. Os mais “taludos” curtiam festinhas, Cinema Olímpia, namoricos sem muita liberdade de sair sozinhos com os “brotinhos”.
Os adultos adoravam uma serenata, cuba-libre, assistir ao Rai x Fran no Estádio Municipal, dançar no Centro Recreativo, Santarém Clube, Veterano, Flamengo e outros clubes e curtir as noitadas na Fuluca, no Vai-Quem-Quer, na Sombra da Lua e no Trem, na companhia das disputadíssimas raparigas disponíveis nessas boates e que depois de conquistadas eram levadas para a casa da Maria Moraes (o motel da época) para “fazer amor”. Tudo numa boa, sem drogas e sem risco de AIDS. Tempo bom!

E como era o tal motel? Era uma casa de madeira, coberta de palha, com três quartinhos que eram utilizados por pessoas de todas as camadas sociais, mediante pagamento antecipado de um valor cobrado pessoalmente pela dona da casa a cada uma hora de permanência dos casais. Não havia privilégios do tipo fura-fila, todos tinham que obedecer rigorosamente a ordem de chegada para adentrar ao recinto, modesto, mas muito aconchegante, principalmente nas noites chuvosas. Em cada um dos quartos tinha: uma cama de casal, um travesseiro, uma mesinha, um balde com água, uma bacia, uma toalhinha e um penico.
A iluminação era feita por um candeeiro, uma vela ou petromax. Completado o tempo, ouvia-se uma forte batida na porta e a voz da “Dona” Maria, avisando: “Se avexem, não demorem, saiam logo, tem gente pra entrar!” Bebida, nem pensar... Um detalhe: caso a acompanhante do cliente fizesse algum barulho na hora do chamegamento, a proprietária advertia, ralhava em voz alta: “Credo! Pára com isso, menina. Se tú não aguenta, não te mete com homem. Pára logo com esses gritinhos, com esses gemidos. Este lugar é de respeito!” (o ambiente exige respeito, já dizia Billy Blanco em seu Estatuto da Gafieira) – Outra coisa: a “Dona” Maria guardava absoluto sigilo, não revelava de jeito nenhum e a ninguém, o nome de qualquer frequentador(a) de sua casa. Levava a sério o ditado: “O segredo é a alma do negócio!”
Dona Maria exigia respeito

Nenhum comentário:

Postar um comentário